Estela

Salutar perfume da pele falante
que me chama com cores e notas dissonantes
Me afina a alma e estanca meu grito
quando tudo parece tão triste e perdido
Faz o tempo parceiro artesão
que coloca meu peito aberto em  sua mão
O aroma de vinho suave e curtido
é o mesmo que curte por ela a libído
E o tempo que passa a cavalo me diz
"amas tanto e a tempos quem te faz  aprendiz!"
E na soma de instantes que temos já juntos me torno amante e então eu mergulho. Sem medo ou receio de ser rejeitado, pois tua boca e olhos me chamam atados a força do amor e paixão cultivados. Estela te espero de novo sem sono...pra contar um segredo; "Eu sei que te amo"

Posted on 14:21 by Os Pirata!!! and filed under | 0 Comments »

Casa dos Sonhos

Se não houver redenção, perdidas são todas as palavras,
todo movimento será vazio. Toda obra um desatino.
Por que vejo se perderem na terra as casas dos sonhos?
Tanta gana e tanto fôlego...
Não há prejuizo maior para a criação do que seus homens
que dormem para nunca mais.
Ecoa a risada suada e adolescente em festa com seus semelhantes,
o moço aflito que perdeu as palavras para ganhar a mulher amada,
o menino atando o nó do calçado com ar de conquista.
O olhar experiente emoldurado pelas rugas, rugas filhas do castigo quente do sol assolador da terra seca. Aguarda sua semente plantada vingar.
É sua vida. Esse tem sido o significado de sua existência. Cada qual com seu sentido.
Esgotado pela melancolia desta ideia, procuro fitar meus olhos em algo que
me roube desta corrente de pensamentos.
Cerro os olhos em busca da porta que fecharei logo atrás de mim,
deixando para trás as confabulações de minha alma e mente.
De olhos selados sou abraçado com vigor por uma melodia.
A inconstante frequência de um rádio de pilha espalhava na atmosfera
o saudoso canto de alguém que já se foi.
Sua beleza e singularidade protestam hoje o afastamento do artista
do calor deste sol que nos anima.
E como ele, foram-se tantos... São marcas profundas talhadas lentamente na carne da história produzindo marcass de formas ímpares.
Homens que dançaram, que escreveram, que pensaram... homens que choraram.
Eram vivos e carregavam sonhos. Criaturas culpáveis e responsáveis
por seu destino.
Abro os olhos e assisto tantos caminharem por caminhos já
chamados por outros de "meus".
Casa de sonhos que se abrirão para o mundo ou túmulos de planos perdidos?
Sonhos podem ser embriões de forma tácita, abortados e enterrados sob os pés
dos que andam sobre a terra dos viventes.
Posted on 10:18 by Os Pirata!!! and filed under | 0 Comments »

O Que se Vê...

Meus olhos funcionam como espelhos da alma. Se me olhares por essas janelas verás o reflexo das minhas dores e prazeres. Minha alma quer ser defenestrada por estes olhos que funcionam como espelhos, mas que são janelas.
Replico a dor e reproduzo os sonhos. As vezes penso que alimento sonhos mas que nao quero de fato esculpi-los na vida...São meu combustível pra caminhar sobre essa terra como quem espera, pra nao desvanecer o sorriso, pra nao descolorir o infinito.
Duas historias eu contei na vida: uma para o mundo, outra para eu mesmo.
Transpiro, em intermitente compasso, arte por meus dedos... arte em canções ... a arte derramada em branco de papéis ou telas de monitores. Se, em cada tentativa dessas de parir sem dor, eu gerasse um descendente nobre, sorriria mais na cadência poetica de cada escrita minha.
Duas cançõess eu cantei na vida: uma para o mundo, outra para eu mesmo.
Puxei com braços fortes correntes escuras cheias de ferrugem suja, uma âncora imensa em sinergia triste com minhas amarguras. Se nao puxasse eu não daria um passo. Sem esse passo eu seria um morto. Puxei as correntes, sangrei ao cerrar meus dentes...
Movi um mundo de um lugar a outro, em apenas um passo. Mas quem viu a dor desse homem nesse esforço tamanho? E quem lhe estendeu a mão quando lhe correu o sangue?
O mundo assistiu o resultado desse passo curto. Bateram palmas e assobiaram junto.
Para o mundo exibi o sorriso calmo e o olhar seguro, enquanto meus punhos sangravam com a corrente algoz que disputava espaço físico com os meus músculos.
Duas expressões expus...uma para o mundo e outra para eu mesmo.
Entao me pus a cultivar sonhos disfarçados de alvos e contar para mim histórias de quando eu fizesse, de quando eu fosse, de quando eu soubesse ou quando eu tivesse...
No tempo perfeito que para mim esses verbos se apresentam torno mais fácil viver esperando acontecer o que nao vem se de mim depender o curso.
Dessa forma nao casarei com aquela que falei, nao saberei no tempo que acreditei, nao finalizarei no tempo que determinei. Assim sigo esperando o que sei que nao vem, vivendo bem e me alegrando com a minha imagem.
Duas histórias contei para eu mesmo: uma para que todos vissem e outra para que eu seguisse.
Posted on 21:18 by Os Pirata!!! and filed under | 2 Comments »