O Que se Vê...

Meus olhos funcionam como espelhos da alma. Se me olhares por essas janelas verás o reflexo das minhas dores e prazeres. Minha alma quer ser defenestrada por estes olhos que funcionam como espelhos, mas que são janelas.
Replico a dor e reproduzo os sonhos. As vezes penso que alimento sonhos mas que nao quero de fato esculpi-los na vida...São meu combustível pra caminhar sobre essa terra como quem espera, pra nao desvanecer o sorriso, pra nao descolorir o infinito.
Duas historias eu contei na vida: uma para o mundo, outra para eu mesmo.
Transpiro, em intermitente compasso, arte por meus dedos... arte em canções ... a arte derramada em branco de papéis ou telas de monitores. Se, em cada tentativa dessas de parir sem dor, eu gerasse um descendente nobre, sorriria mais na cadência poetica de cada escrita minha.
Duas cançõess eu cantei na vida: uma para o mundo, outra para eu mesmo.
Puxei com braços fortes correntes escuras cheias de ferrugem suja, uma âncora imensa em sinergia triste com minhas amarguras. Se nao puxasse eu não daria um passo. Sem esse passo eu seria um morto. Puxei as correntes, sangrei ao cerrar meus dentes...
Movi um mundo de um lugar a outro, em apenas um passo. Mas quem viu a dor desse homem nesse esforço tamanho? E quem lhe estendeu a mão quando lhe correu o sangue?
O mundo assistiu o resultado desse passo curto. Bateram palmas e assobiaram junto.
Para o mundo exibi o sorriso calmo e o olhar seguro, enquanto meus punhos sangravam com a corrente algoz que disputava espaço físico com os meus músculos.
Duas expressões expus...uma para o mundo e outra para eu mesmo.
Entao me pus a cultivar sonhos disfarçados de alvos e contar para mim histórias de quando eu fizesse, de quando eu fosse, de quando eu soubesse ou quando eu tivesse...
No tempo perfeito que para mim esses verbos se apresentam torno mais fácil viver esperando acontecer o que nao vem se de mim depender o curso.
Dessa forma nao casarei com aquela que falei, nao saberei no tempo que acreditei, nao finalizarei no tempo que determinei. Assim sigo esperando o que sei que nao vem, vivendo bem e me alegrando com a minha imagem.
Duas histórias contei para eu mesmo: uma para que todos vissem e outra para que eu seguisse.
Posted on 21:18 by Os Pirata!!! and filed under | 2 Comments »

2 comentários:

Unknown disse... @ 22 de outubro de 2009 às 22:18

Lindo poema, adorei!
Acho que no fundo todos são assim como vc descreveu...
Beijos

JLeandro oCientista disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 15:22

Pois é, o mundo nos julga pela história que contamos pra ele, enquanto tentamos nos justificar com a história que contamos pra nós mesmos.

Postar um comentário